Futuro de Angola com a Económia industrial abaixo de zero. Analistas dividem opiniões
A consultora internacional KPMG considerou recentemente que a indústria angolana está abaixo de zero, porém, reconheçe um ligeiro crescimento, mas a um nível muito abaixo da média que se verifica na região austral do continente africano.
No entanto, especialistas angolanos divergem opiniões, tanto que alguns dizem que a conclusão é um exagero, em detrimento dos outros que afirmam não se surpreender.
Segundo relatou, a consultora baseia a sua constatação em vários eixos que considera serem os principais elementos que emperram o alavancar do sector industrial em Angola, nomeadamente as infra-estruturas, os recursos naturais, as políticas públicas de estabilidade económica, política e social.
Contudo, o engenheiro Galvão Branco, que liderou durante anos um segmento industrial de Angola, diz ser “claramente uma afirmação exagerada” e que “é pena vir de uma conceituada consultora como a KPMG”, reconhece ainda ser “óbvio que a indústria tem níveis” e que os níveis atingidos “ainda não são os desejáveis, mas nunca próximo de zero, é de facto infeliz tal afirmação”.
Por outro lado, conta-se também o presidente da Associação Industrial Angolana, José Severino, refere que a afirmação da KPMG só pode ser interpretada como sendo motivar e impulsionar o setor e nunca uma realidade.
“O setor da indústria de hoje em Angola é inclusive preocupação do titular do poder executivo, presidente da República João Lourenço, o país reagiu muito bem à Covid-19 e hoje temos muitas fábricas de detergente, material higiénico”, afirma José Severino, para quem “é preciso agora pressionar as indústrias que se associam, sobretudo na agricultura, para termos matérias-primas, mas há muito trabalho a montante para que a indústria cresça à medida do crescimento da região, de 12 a 14 por cento.”