Sociedade

Mia Coito no debate sobre ética no jornalismo: “Com o baixo salário, como se pode pedir ao jornalista que tenha ética?”

Decorreu na passada segunda-feira, na Escola de Comunicação e Artes-UEM o debate sob o tema “Ética no jornalismo na era digital“.

O debate contou com vários participantes da arena comunicacional, estudantes, jornalistas, escritores, directores, professores e muito mais.

Na sequência das conversas, Mia Coito, como um dos interveniente do painel defendeu que os salários baixos dos jornalistas não devem ser justificação para falta de ética.

Em causa estão os vários problemas que colocam em causa jornalismo, dois tais: condições de trabalho, falta de recursos nos órgãos de comunicação, a pobreza do país, remuneração salarial, entre outros que acabam colocando o profissional numa situação de vulnerabilidade aos subornos contrariando assim os seus princípios éticos da profissão.

“Com o baixo salário, como se pode pedir ao jornalista que tenha ética?, a resposta colectiva é: se for esse o grande argumento, como é que se pode pedir a um polícia que não seja corrupto, porque também tem baixo salário?, como é que se pode pedir ao professor para que não venda provas aos seus alunos?, eu vou usar a colocação do Tomás Vieira Mário, todo esses já eram corruptos antes mesmo de lhes aparecerem oportunidades”, reflectiu, ao acrescentar que nenhum destes argumentos devem ser usados para atropelar a ética e, se assim for, outros profissionais também têm a mesma legitimidade.

No entanto, os intervenientes, em jeito de conclusão afirmaram que a resolução do problema da ética jornalística não passa apenas por educar o jornalista, mas sim à toda a sociedade, “que é resultado de toda esta grande família que se chama Moçambique”, e, nas palavras de Mia, “o jornalismo não é uma ilha, é preciso que toda a sociedade seja o exemplo do exercício da ética, o que começa por aqueles que devem dar o exemplo, supondo que Moçambique é uma casa e todos somos uma família e é preciso que aqueles que são os nossos pais tenham a capacidade de se tornarem exemplo”, concluiu o escritor e jornalista.

Além dos demais presentes, o evento juntou referências, como: Jeremias Langa, Rogério Sitoe, Maria Cremilde e Tomás Vieira Mário. (O País).

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